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Verba Volant

Poema 4

Eu vou pelo seu corpo
É ladeira abaixo
Feito um carro
desgovernado
Sem freio pras curvas
completamente atordoado
Ébrio de seu perfume
Sedento e desvairado
Não me importam as multas
Não me dizem nada as placas
Só o tato me guia
Louco!
Dirigindo de olhos fechados
Mas meu destino é claro
Ainda que capote o carro
A relva macia amenizará o impacto.
Eu me encontro abismado
Esta gruta, este oasis!
Bem no meio da estrada!
Eu sabia bem para onde ia
Mas jamais saberei como se volta.
— Mauro Abner
Poema 4